Tuesday, October 31, 2006

Tim Festival de VERDADE



A caravana se encontrou na paulista, às 11 da matina. Eu, Arthur e Rolla embarcamos na Parati sem calotas e partimos. O trânsito na marginal indicava uma viagem longa e exaustiva. Nada que um iPod, um jornal com o então candidato Lula derrubando um copo na capa e um maço de cigarros não possa combater. Saindo de São Paulo a estrada se estendeu livre e ensolarada na nossa frente. Trocando de disco e de paisagem, fomos cruzando o asfalto em direção à cidade maravilhosa. Algumas da estrada: vontade de ir ao banheiro fudida – na única parada, para abastecer, o banheiro do pico era o típico banheiro mais sujo da estrada, as privadas eram buracos no chão, pesadelo para quem estava com o nº 2 na cabeça – depois, chegando perto de Aparecida, você se vê no caminho para a luz – placas avisavam a quilometragem para a Fé, depois para a Benção, e para Paz. Chegando no Rio discutimos sobre qual caminho pegar, o Rolla, que se diz carioca, mas é paulista até os ossos, queria ir pela linha vermelha, o Arthur queria a Av. Brasil e eu só queria um banheiro. Bom, erramos uma entrada e paramos na Av. Brasil, só que no sentido errado, após um retorno seguimos as placas Copacabana e de lá atingimos o destino: Leblon. Só faltava uma Bossa e globais para nos receber. Pulando a baboseira, pegamos uma carona com o tio do Rolla até a Marina da Glória, lugar que hospedou o festival nesse ano. Ao sair do carro a ansiedade batia forte, mas antes de entrar tínhamos que tentar vender o ingresso do IRIOTA do Celo que deu pra trás e não foi. Nenhum cambista queria o ingresso, só se interessavam pelo Daft Punk. Encontramos, porém, uma mina que gritava por ingressos, do Daft, é claro, mas colamos nela com o ingresso do Devendra e ela acabou comprando. A estrutura do festival era impressionante, muito maior que a do ano anterior. Entramos e fomos para o Tim Lab, onde iria rolar Céu, Amadou e Mariam e Devendra Banhart. Encontramos uma galera lá, Six, Dago, Fê, Gui, a Lulina, o Emo, o Bruno, rolou até piadinha “tenda Milo no Tim”. Começando a Céu saímos e ficamos bebendo lá fora. Então colamos o ouvido na tenda ao lado, e sim Celo, o Daft Punk estava destruindo. Confesso que depois me arrependi até, mas isso é outra coisa. Entramos para ver o Amadou e Mariam, foi foda, o casal de ceguinhos era muito foda. Ali paradinhos um do lado do outro, lindo. Sem falar que o cara toca guitarra pra carai, pegada fudida! Novamente lá fora, fiquei louco ao ver que o cabeça de pêlo (aka Kyp Malone, aka guitarrista do TV on the Radio) perambulava por lá, assim como o Devendra e sua banda e Caetano Veloso. É, o Celo perdeu a noite da vida dele, tiete de qualquer famoso, ele ficaria maluco lá. Voltamos para o show da noite: Devendra Banhart. Exaustos – já passava das três da manha – vimos o barbudo subir ao palco desanimado. O show foi bonito e ponto, nada demais. Ahhhh! Não podia me esquecer do ponto alto da noite: meio que dormindo em pé, senti que alguém dançava loucamente do meu lado, mas dançava como se jogasse as máscaras pro alto e assumisse a franga....quem? quem? O próprio Caetano. Dançou, dançou e saiu correndo pulando pra cá e pra lá...o Celo iria adorar, logo pensei. No sábado, acordei no puff da sala com uma puta fome, beleza, tínhamos marcado um mexicano com a galera e lá fomos. O restaurante era fudido, você pagava X e comia a vontade. Além do fato que você próprio montava seus tacos e buritos, e comer uma coisa que você monta é muito mais prazeroso, vai saber por que? Após um almoço com pimenta e artistas, sim fomos acompanhados por Pedro, do Bonde do role, e pelo DJ Jason Forrest, que tocou no “Tim balada”, fomos tomar um café com Dago e Ana Júlia. Ficamos horas lá ouvindo histórias sobre a Bolívia e outras viagens malucas que o Sr. Donato já fez. Voltamos pra casa e blá... pegamos um táxi e partimos para o segundo dia de festival loucos para ver o TV on the Radio! Chegando lá vendemos o ingresso do IRIOTA que não foi para um cambista logo na saída do táxi. Entrando na Marina trombamos o Dago na correria dizendo que o Bonde já tinha começado. Corremos e entramos. Bonde do Role. O show foi foda, pena que estava vazio, mas quem viu curtiu e dançou. “James Bond pega o bonde, vai pra onde eu não sei”. O ponto máximo do show foi essa música, quando o Pedro saiu do palco e foi carregado nas costas do DJ Jason (aquele do almoço) pela pista do Tim Lab, doidera. Saímos para beber antes do TV, conheci finalmente a Ingrid, uma carioca que curte o projeto:, falo com ela todo dia no msn. Então, no meio da conversa percebemos que o show já ia começar, corremos feito loucos e nos posicionamos na boca do palco. Eles entraram e o show foi rolando com um som meio estranho, até que o saxofonista, com um portunhol bem falado explicou que a American Airlines perdeu o equipamento da banda, e que eles tiveram que comprar algumas coisas naquela manha e pegar emprestado da outra banda, o Thievery Corporation. Isso me impressionou, os caras fizeram um show FUDIDO com condições adversas. Não senti falta de nenhuma música, apesar de querer um show maior. O vocalista é muito style, canta pra caralho e tem uma presença de palco absurda, dançava pra lá e pra cá com movimentos malucos nas mãos. Mas o cabeça de pêlo...Meu deeeus... esse sim! O mais foda de todos. Tocou com corda estourada e tudo...FODA. Perdi a voz cantando junto. O Thievery Corporation foi uma merda, voltamos pra casa. Desta vez acordei num edredom na sala, fomos justificar o voto, caralho, os cariocas votam em bancos!!! Depois de prestar contas com o Estado fomos para a praia, a do Leblon mesmo, sentamos e bebemos com o tio do Rolla, sua namorada e duas amigas dela. Paz total, a praia fez um bem danado. Voltamos pra casa, nos preparamos e fomos jantar num pico ali perto. Bem alimentados voltamos para casa e jogamos videogame até a hora de ir para o show. Tim Stage, finalmente. O Instituto tava massa, mas preferimos ficar bebendo lá fora. Voltamos para ver o DJ Shadow. Foi foda, o cara manda bem. Particularmente achei curto e não curti as projeções, mas foi legal o show. Bem, estava chegando a tão esperada hora...The Beastie Boys motherfuckers! Bebemos o nosso último chopp (3 por doze, era um combo) e fomos para a frente. A expectativa explodiu quando os roadies colocaram uma bateria ao lado do palco...sim, eles vão tocar como antigamente, pensei. As luzes se apagaram e Mix Master Mike subiu de camisa e gravata nas picapes. Ele manda absurdos! Melhor DJ que eu já vi tocando ao vivo. E ai, com as batidas de Master Mike, entraram pulando com ternos e gravatas Ad Rock, Mike D e MCA. Logo no primeiro verso a galera explodiu e o resultado foi uma rodinha cabulosa e mosh pra todo lado. Eu, que curto um empurra-empurra pulei feito louco e por diversas vezes voei para a roda chutando tudo. Clássicos como Do It, Root Down, Brass Monkey, Body Movin e Intergalactic embalaram a galera que fervia na tenda. Mas o melhor estava por vir. Tiraram as capas da batera e dos amplis. Meus braços se arrepiaram e eu sentia a violência corroer minhas veias. Duas músicas, apenas duas, mas a última.....”this’s our last song, and it’s call SABOTAGE”.......... sacou Celo? Beastie Boys porra! Só mais uma da estrada, cruzamos com um batalhão do exército carregando canhões malvados pela estrada...meda!


Para aqueles que não foram...vocês veriam o show exatamente assim.

Por Pedro

2 comments:

Anonymous said...

"..No sábado, acordei no puff da sala com uma puta..."pedrão pedrão...

Anonymous said...

aiaiai....antes fosse uma puta do que uma puta fome, se bem que eu acabaria comendo de qualquer jeito