Thursday, October 18, 2007
Chrome Dreams
Neil Young - Chrome Dreams II
Em tempos de colapso mental, de dúvidas perante o futuro e de faltas, surge Neil Young, o novo Neil Young, surge Chrome Dreams II. Depois de uma cruel espera, de uma luta contra a ansiedade e contra a raiva ao maldito site de uploads que exige tempo de espera entre um daownload e outro eu vi os 99% piscarem na aba do desktop, me ajoelhei, ergui as mãos para o céu e disse: consegui, finalmente! Isso em pleno ambiente de trabalho. Ai ai Neil!
Chrome Dreams II me deixou muito feliz como fã, as dez faixas do álbum parecem reminiscências de toda a carreira de Neil. Consegui visualizar cada uma das faixas num disco da carreira dele. A primeira faixa “Beautiful Bluebird” entraria perfeitamente no After The Gold Rush, violão, gaita, steel guitar, aquele baixão só segurando as notas, backings suaves, melodia linda e tudo o que Neil sabe fazer em termos de folk. “Boxcar” vem em seguida e, pra mim, tem uma pegada Tonight’s The Night. Então vem o odisséia “Ordinary People”, são 18 minutos de distorção estilão Zuma. Essa música me surpreendeu, quase chorei ao ouvir os solos, fiquei imaginando o homem socando a old black como nos velhos tempos, mas a faixa não para por ai, ainda tem sopros, piano com um efeito brega, tudo envolvendo a letra que é uma pedrada... maravilha. “Shining Light” é uma balada meio brega, meio música tema, sei lá, mas é boa, o velho Neil sabe fazer até um bom brega, essa ai me pegou na idéia das reminiscências. A quinta faixa é um absurdo! “The Believer” é meio soul, meio swingada, com backings simples mas sensacionais, órgão, pianinho, tudo levado pela batera imutável. “Spirit Road” se encaixaria no time fuzz do Zuma, rock n’ roll do bom, guitarrada, assim como a faixa que segue, mas essa merece um destaque. “Dirty Old Man” mostra que o “pai do grunge” ainda tem força pra pisar no pedal e explodir. A música tem espírito lo-fi, espírito garagem fudido! De deixar muita camisa de flanela com o queixo no asfalto. American Stars ‘N Bars é o lugar da oitava faixa Ever After. A penúltima novamente nos traz o prazer de ouvir Neil socar a guitarra por mais de dez minutos, “No Hidden Path” tem quatorze na verdade. Fechando o disco temos “The Way”, uma balada cantada em coro, meio musical, levada por um piano. Linda maneira de acabar o álbum.
Chrome Dreams II foi batizado em “homenagem” ao disco de 1977 que foi descartado por razões desconhecidas. O que se sabe é que diversas músicas que deveriam ter saído nele viraram clássicos de Neil em outros discos, como "Pocahontas", "Sedan Delivery", "Powderfinger", "Look Out for My Love" e "Like a Hurricane". Toda a documentação e a arte original do Chrome Dreams foi perdida num incêndio que destruiu a casa do Neil em Malibu no inicio de 1978.
Esse Chrome Dreams de 2007 não é uma obra prima, mas é honesto e traz um apanhado da carreira de Neil pra dar gosto aos fãs, e isso é o que importa.
Continuo sonhando com o show dele, todos os dias....
Por Pedro
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